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Turismo deve recuperar receita do período pré-pandemia até setembro, aponta CNC

Uma análise da Confederação de Bens de Serviços, Comércio e Turismo (CNC) aponta que até o terceiro trimestre deste ano, entre os meses de julho e setembro, o setor de turismo deve retomar a receita aos patamares do período pré-pandemia, de fevereiro de 2020.

Ainda segundo a Confederação, após a divulgação da Pesquisa Mensal do Comércio (PMS) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatista (IBGE) nesta quinta-feira (12), a projeção de crescimento de 0,9% para o setor de serviços neste ano, foi revisada para 1,6%.

O economista da CNC responsável pela análise Fábio Bentes, afirma que o resultado da PMS veio acima do esperado, o que provocou a revisão da Confederação para o faturamento do setor no ano.

Para Bentes, apesar de ainda não ter recuperado a receita de fevereiro de 2020, o setor de turismo teve um avanço significativo. Segundo o economista, o turismo era o pior setor na “corrida” de recuperação econômica, e hoje está 7% abaixo do faturamento registrado antes da pandemia da Covid-19.

“Esse mini carnaval em abril deve ajudar o setor a zerar as perdas da pandemia, e os meses de junho e julho, por serem alta temporada, que irá também ajudar a recuperação do setor”, destaca.

A CNC prevê um crescimento do turismo de 2,4% em 2022. Em 2021, o setor cresceu 22,1% em relação a 2020, primeiro ano da pandemia, quando vigoraram medidas restritivas no Brasil.

“O aumento da circulação está garantindo algum avanço, principalmente, e a disponibilização de recursos extraordinários como o auxílio brasil, antecipação 13º para aposentados e pensionistas, e o saque extraordinário do FGTS.

Esse pacote de medidas estimula a atividade econômica, que estão sendo contrabalançadas pelo aumento da taxa de juros”, aponta.

Segundo o estudo da CNC, com base nas pesquisas do IBGE sobre serviços, o turismo brasileiro já acumula um prejuízo de R$ 508,8 bilhões desde o início da pandemia.

Em março, a diferença entre a geração efetiva de receitas e o seu potencial mensal registrou perda de R$ 9,0 bilhões. Os Estados de São Paulo (R$ 222,1 bilhões) e Rio de Janeiro (R$ 66,1 bilhões) concentram 57% da perda nacional.

De acordo com o vice-presidente financeiro da Associação Brasileira de Agências de Viagens (ABAV), Edmilson Rodrigues, o crescimento do setor é expressivo e há uma demanda reprimida pelo público em relação às viagens.

“Tivemos um aumento expressivo nas vendas e agora no segundo trimestre vimos uma forte recuperação. É possível comparar o segundo trimestre de 2022 com o segundo trimestre de 2019. Se não chegar perto, vai faltar muito pouco”, analisa.

“Neste ano, posso dizer que tivemos um aumento de mais de 50% nas vendas no segundo trimestre comparado ao primeiro deste ano. Em relação às agências, a maior parte delas já estão com as contas no azul. O maior problema que temos hoje é a falta de oferta, porque a demanda está alta. Isso faz com que encareça o preço, mas o ritmo está bom”, acrescenta.

O segmento de alimentação, no entanto, não apresenta os mesmos dados. Apesar de ter uma expectativa de faturamento de R$300 bilhões neste ano, o presidente-executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Paulo Solmucci, ressalta que um terço das empresas registram prejuízos.

“Observamos uma alta, pois estamos faturando acima de 2019. É um crescimento bacana que puxa, obviamente, o turismo. Houve uma consequência positiva para quem consome, já que em abril, a inflação dentro do lar nos últimos 12 meses foi de 16,12% enquanto a alimentação fora do lar foi de 6,63%. A inflação está sendo a grande vilã do momento. Estamos com dificuldade para quem opera os bares e restaurantes. Isso representa 34% dos locais com prejuízo. Ainda assim, esperamos que o faturamento cresça nos próximos meses”, ressalta o presidente-executivo.

O presidente da Associação de Hotéis do Estado do Rio (ABIH-RJ), Alfredo Lopes, informa que o setor hoteleiro deve melhorar assim que tiver um movimento maior de estrangeiros. No entanto, ele explica que esse ano é marcado por dúvidas, uma vez que o período de eleição que se aproxima impacta o mercado.

“O setor de hotelaria começou a melhorar a partir do segundo semestre do ano de 2021. O mercado está sendo nacional, mas esperamos a presença do internacional até o final do ano. Ainda não há uma base firme, embora os últimos índices de ocupações bateram mais de 80%. Mas esperamos que o mercado coorporativo ajude, já que eles movimentam os hotéis com eventos. Esse ano é repleto de incertezas, principalmente pela eleição, que traz insegurança para as empresas por ser um período complicado”, observa Lopes.

Fonte: CNN Brasil

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