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Museu do Pontal inaugura nova sede no Rio de Janeiro com 6 exposições

Nova sede Museu do Pontal (Foto: Beth Santos / Divulgação)
Nova sede Museu do Pontal (Foto: Beth Santos / Divulgação)
 

Cariocas, e quem estiver visitando a Cidade Maravilhosa, coloquem essa no itinerário: acaba de abrir à visitação pública o novo espaço do Museu do Pontal, próximo ao Bosque da Barra. São dez mil metros quadrados de área verde, onde estão plantadas dezenas de milhares de mudas de 73 espécies nativas brasileiras. Referência internacional em arte popular brasileira, com mais de nove mil obras de 300 artistas – o maior acervo do gênero –, o Museu do Pontal inaugura a nova sede com o conjunto de seis exposições “Novos ares: Pontal reinventado”. A curadoria é de Angela Mascelani, diretora artística do museu, e de Lucas Van de Beuque, diretor executivo. As seis exposições, uma de longa duração, e cinco temporárias, reúnem 700 conjuntos de obras, com um total de cerca de duas mil peças.

Angela Mascelani e Lucas Van de Beuque afirmam: “Estamos fazendo mais do que uma exposição. Estamos criando as bases de um novo pensamento institucional. Este pensamento tem a ver com uma outra forma de entender o Museu do Pontal e seu papel na sociedade. A exposição está ligada à concepção geral do projeto deste Museu em si. E abrange desde as discussões sobre a arquitetura e os jardins até a maneira como as histórias estão sendo contadas, os fluxos do educativo e a programação estabelecida”.

Nova sede do Museu do Pontal (Foto: Beth Santos / Divulgação)
Nova sede do Museu do Pontal (Foto: Beth Santos / Divulgação)
 

“Novos ares: Pontal reinventado” abrange obras do acervo do Museu e de importantes coleções convidadas. A exposição de longa duração faz uma homenagem à proposta original de apresentação das obras do Museu do Pontal criada por seu idealizador e fundador, Jacques Van de Beuque (1922-2000), que estabeleceu uma maneira própria e inovadora para apresentar o Brasil profundo revelado por seus artistas populares. Esta concepção foi revisitada à luz de 2021, com uma nova compreensão dos ciclos criados por ele, que apontavam as transformações do Brasil com a migração da área rural para a cidade.

Em torno da exposição central, cinco outras exposições nucleares, temporárias, focadas na diversidade da produção artística do país, com esculturas que dialogam com temas fortes da cultura brasileira, a partir dos olhares originais de seus autores.

1. Brincares – Brincadeiras e brincantes
Obras interativas e cinéticas como “Circo”, de Adalton Fernandes Lopes (Niterói, 1938 – 2005), e os brinquedos de madeira de Antonio de Oliveira (Minas Gerais, 1912-1996). O local terá uma arquibancada lúdica, apropriada para estimular a curiosidade das crianças, com provocações e instigações. O acervo de mamulengos também abrirá espaço para pequenas encenações de teatro de bonecos. Em uma área contígua, jogos digitais interativos, para adultos e crianças.

2. Terra/Terra – O Jequitinhonha e suas tradições
Neste espaço que aposta num aprofundamento na dimensão matérica das obras, o destaque são os artistas, em especial Noemisa Batista (1947), Dona Isabel Mendes da Cunha (1924-2014) e Ulisses Pereira Chaves (1929-2006).

Nova sede do Museu do Pontal (Foto: Beth Santos / Divulgação)
Nova sede do Museu do Pontal (Foto: Beth Santos / Divulgação)
 

3. Entre beiras e margens – Fogo, água, ar
Artistas do Alto do Moura, Pernambuco, como Mestre Vitalino (1909-1963), mostram em suas antológicas esculturas em barro a importância do fogo na feitura da cerâmica. Barcos trazem a energia primordial das águas do mar e do Rio São Francisco, com as carrancas de Mestre Guarany (1884-1985). Outros seres mitológicos, como as sereias e os barcos de presente a Oxum, estão nas obras de Zezinho de Arapiraca, Selvino (1941) e Tamba (1934-1987), da Bahia. Nhô Caboclo (1940), de São Paulo, e Laurentino (1937), do Paraná, com suas obras eólicas, que aludem à energia dos ventos.

4. Poética da criação
Artistas cujas obras escapam às primeiras apreensões, fugindo aos temas consagrados historicamente na arte popular, reúnem-se nesse setor. São seresfabulosos, personagens fantásticas, criações ímpares. Neste espaço, há um diálogo maior entre as obras reunidas por Jacques Van de Beuque no Museu do Pontal e outras coleções convidadas, criadas tanto por indivíduos apaixonados por arte popular, como Irapoan Cavalcanti, Jorge Mendes e Jairo Campos, entre outros, como por acervos vindos de importantes instituições brasileiras, como SESC-SP e Itaú Cultural.  Aqui, os destaques são Manoel Galdino (1929-1996), do Alto do Moura, Pernambuco, GTO (1913-1990), de Minas, e Nino (1920-2002), de Juazeiro do Norte, Ceará, além de artistas inovadores da Ilha do Ferro, Alagoas.

Nova sede do Museu do Pontal (Foto: Beth Santos / Divulgação)
Nova sede do Museu do Pontal (Foto: Beth Santos / Divulgação)
 

5. Devoções
Em uma leitura livre e abrangente, esse setor apresenta a diversidade de expressões da fé, e os artistas vinculados às devoções populares, incluindo sua dimensão festiva. Os destaques, além dos ex-votos, são os artistas Otávio, e seus orixás, Mestre Didi (1917), da Bahia, e sua estética afro-brasileira, e Zé do Carmo (1934), de Pernambuco, com seus anjos negros. Uma sala especial reúne presépios – a um depoimento sensível de Caetano Veloso, sobre suas memórias de Natal. No trajeto, um encontro com as grandes engenhocas cinéticas de Adalton Lopes (1938-2005), de Niterói: a “Vida de Cristo” e o “Carnaval no Sambódromo”.

Alem disso, o Museu do Pontal dedica às crianças sua programação neste mês, trazendo espetáculos de teatro de mamulengos, de palhaços, perna de pau, diversas oficinas, como uma especializada para bebês, e outra com o artista Getúlio Damado, de Santa Teresa, conhecido pelos bondinhos que cria, além de contação de histórias, experiências sensoriais, entre outras atividades. As inscrições devem ser feitas na bilheteria do museu, e nas atividades com capacidade limitada, o critério será por ordem de chegada.

Museu do Pontal: Avenida Celia Ribeiro da Silva Mendes, 3.300, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro; museudopontal.com.br

Fonte: Vogue.globo

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