Começou neste fim de semana a temporada de cruzeiros no Rio de Janeiro. O primeiro navio chegou neste sábado (4) ao porto. Ao todo, serão 57 atracações de 22 navios (18 internacionais e quatro nacionais) até o fim da temporada, em maio de 2022.
Durante esse período são esperados aproximadamente 165 mil turistas. Segundo a Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos, o turismo marítimo deve injetar US$ 50 milhões na capital fluminense.
O Rio de Janeiro é o estado com maior quantidade de destinos para os viajantes de cruzeiros. Além da capital, as cidades de Búzios, Angra dos Reis, Ilha Grande e Cabo Frio também estão no roteiro.
Antes da pandemia, a expectativa para o porto do Rio era de receber 400 mil turistas entre novembro de 2020 e abril de 2021, o que não aconteceu. Na temporada 2019/2020, foram mais de 357 mil pessoas desembarcando no período de 20 de outubro de 2019 a 15 de março de 2020, sem contar os embarques. Segundo a associação, em 2019, os cruzeiros foram responsáveis por um impacto de R$ 2,08 bilhões na economia brasileira, além da geração de cerca de 32 mil postos de trabalho diretos e indiretos.
O retorno das navegações à cidade acontece no mesmo momento em que a variante Ômicron, detectada pela primeira vez na África do Sul, se espalha pelos países, incluindo o Brasil.
À CNN, o presidente da Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos, Marco Ferraz, disse que é impossível ter a garantia completa de que a nova variante não infectará algum viajante, mas destacou que os protocolos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) seguidos a bordo são muito rígidos e a possibilidade de infecção é mínima nos navios.
Entre as diversas determinações da Anvisa para que os cruzeiros possam ser realizados estão a obrigatoriedade do passaporte da vacinação e a ocupação máxima permitida de 75% do navio.
Preocupadas com a disseminação de novas variantes, por via aérea e terrestre, a Defensoria Pública da União (DPU) e a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (DPR/RJ) enviaram recomendação para que seja estabelecida a obrigatoriedade da comprovação vacinal para entrada no país de turistas estrangeiros. O documento foi encaminhado na quinta-feira (2) para os ministros de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República, da Justiça e da Segurança Pública, da Saúde e da Infraestrutura.
A Defensoria ressaltou que a própria Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou mais de uma vez, por meio de notas técnicas, a existência de uma política de controle através da cobrança de comprovante da vacina contra a Covid-19.
As instituições também destacaram que a política de testagem existente pode ser falha, visto que os exames podem ter resultado falso negativo e também não indicam a contaminação durante o período de incubação, que pode ser de até 14 dias. Tendo em vista a nova variante Ômicron, que já está em circulação no país, há a preocupação com o recrudescimento da pandemia, como informado no documento enviado.
*Com informações de Mylena Guedes e Iuri Corsini / CNN Brasil