Seja gato ou cachorro, transportar pets em avião pode ser um momento de tensão para o tutor e para o próprio animal. É preciso verificar vacinação, atestados, características da caixinha e se ele deve ir no porão ou pode viajar na cabine.
Um cachorro da raça American Bully morreu no dia 14 de outubro em um voo da Latam entre o aeroporto de Guarulhos (SP) e Aracaju. Segundo a companhia, o animal teria roído a caixa de madeira em que estava e se asfixiado. A empresa decidiu interromper por 30 dias o transporte de pets no porão após a fatalidade.
O avião é considerado seguro pelos veterinários, mas o estresse da viagem pode causar danos para o pet se ele não estiver pronto. A ansiedade do ambiente novo para ele pode aumentar a frequência cardíaca, prejudicar a respiração e até fazer com que ele tenha uma síncope e, em casos extremos, levá-lo a morte.
No caso dos gatos, que são territorialistas, o mecanismo de defesa pode ser ativado, gerando descarga de adrenalina e aumentando o cortisol (hormônio do estresse).
Veja a seguir o que fazer para tornar a viagem mais segura para o pet:
- Como preparar o animal?
- Quando é melhor não viajar?
- Cabine ou porão?
- Como deve ser a caixinha?
- O que verificar ao chegar ao destino?
1. Como preparar o animal?
Planeje a viagem com antecedência. O bichinho precisa passar por um tipo de treinamento do que vai enfrentar no dia, explica Juliana Stephani, veterinária e fundadora da PETFriendly Turismo.
O ideal é que esta experiência tenha cerca de três meses. Gatos podem ser mais metódicos que cachorros e podem precisar de mais tempo para se adaptarem.
A primeira etapa é adquirir a caixinha na qual o animal será transportado (veja mais abaixo como escolher). Permita que o bicho crie costume dentro dela.
Para isso, escolha um canto da casa e deixe a porta sempre aberta, para que o ele possa entrar e sair quando quiser, recomenda Karina Mussolino, gerente técnica do Centro Veterinário Seres. Para incentivar esse comportamento, pode-se colocar petiscos dentro do ambiente. Tente também usar a caixa dentro do carro.
Exponha o pet a barulhos semelhantes ao do avião. Deixe estes efeitos sonoros ligados quando você sair de casa. Se o animal for na cabine, o leve para passear no shopping e lugares movimentados, como a feira, diz Juliana.
Além do treinamento, as companhias aéreas e – no caso das viagens internacionais – cada país possuem suas exigências em relação à saúde do animal. Verifique, portanto, quais vacinas e documentações são obrigatórias no seu trajeto.
No dia da viagem, deixe o animal de jejum por cerca de 4 horas, pois o percurso pode causar náuseas.
Nunca dê calmantes ou sedativos, estes medicamentos são proibidos, afirma Juliana. Para mantê-lo calmo, um truque é brincar bastante com o pet no dia anterior para que durante a viagem ele esteja cansado.
Fonte: g1.globo