O secretário de Saúde do Rio, Daniel Soranz, disse em entrevista à Agência Brasil e à Radio Nacional que o Rio já vive uma endemia de Covid-19, e não mais uma pandemia.
“A pandemia, agora, já virou uma endemia. Ela se mantém ao longo de um tempo muito grande. Se não aparecer nenhuma nova variante, como aconteceu com a variante ômicron, a gente vai ter um cenário de muito mais normalidade nos próximos dias.”
Soranz argumenta que vários índices da Covid estão em patamares baixos:
- taxa de letalidade: 0,3%
- 1,4% dos testes realizados positivos
- taxa de transmissão: 0,31 (a cada 100 casos, 31 geram novos casos)
O que é endemia e o que é pandemia?
A pandemia foi declarada pela Organização Mundial da Saúde há dois anos, em 11 de março de 2020.
O termo pandemia se refere ao momento em que uma doença se espalhou por diversos continentes com transmissão contínua entre as pessoas. Por isso, oficialmente, só a própria OMS pode decretar o fim da pandemia, apesar de governos locais poderem decidir sobre restrições.
Endemia é o status de doenças recorrentes, típicas, que se manifestam com frequência em uma determinada região, mas para a qual a população e os serviços de saúde já estão preparados.
Ministério da Saúde já discute rebaixar pandemia para endemia no Brasil
Com isso, a doença provocada pelo coronavírus deixa de ser vista como uma emergência de saúde e muitas das restrições, como o uso de máscaras, proibição de aglomerações e exigência do passaporte vacinal.
No Rio, a máscara e restrições de público já caíram, e o passaporte deve deixar de ser exigido em duas semanas, quando a prefeitura prevê que 70% da população adulta terá tomado a dose de reforço – atualmente, o percentual está em 55%.
“[Algumas pessoas] Estão adoecendo gravemente e, muitas delas, demandando serviços hospitalares. Então, a gente precisa muito que elas continuem a se vacinar, acreditem na vacina e continuem a proteger suas vidas e as vidas das pessoas que as cercam”, disse Soranz.
Carnaval
Secretário Municipal de Saúde do Rio, Daniel Soranz — Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
O secretário também se mostrou otimista sobre o carnaval em abril, na Sapucaí, que considera que vão ocorrer “sem problemas”.
Sobre o feriado de carnaval, no fim de fevereiro, onde vários blocos clandestinos e muitas festas promoveram aglomerações, Soranz voltou a afirmar que não houve impactos significantes nos índices da Covid na capital.
“O carnaval não foi problema na data original, mesmo com as aglomerações (…) Com esse cenário epidemiológico favorável, a gente tem muita segurança de que dá para fazer, desde que os cariocas continuem a se vacinar e a tomar a dose de reforço.”
Apesar do otimismo, o secretário afirmou que todas as decisões podem mudar de acordo com o cenário epidemiológico.
“Temos sempre que estar acompanhando qualquer mudança de cenário no Brasil e no mundo, e, se necessário, mudar as medidas restritivas. Mas, nesse momento, a gente tem um cenário muito positivo, de queda permanente.”
O governador Cláudio Castro disse neste sábado (12), que todo o estado caminha para transformar a pandemia em endemia. Segundo ele, o mapa da doença no estado tem duas áreas verdes (de risco muito baixo) e grande parte está em amarelo (risco baixo). Somente o Noroeste Fluminense está em laranja (risco moderado).
“Estamos caminhando para isso. Em todo o estado o número de internações caiu muito e o da vacinação vem aumentando gradativamente, “, disse Castro.