Em reunião de Diretoria do HotéisRIO, realizada de forma virtual no dia 01º de junho, diretores dos principais grupos hoteleiros do Rio manifestaram revolta quanto à recente notícia veiculada em um blog do jornal O Globo sob o título “Airbnb e Prefeitura do Rio firmam parceria para promover o turismo pós-pandemia”. A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH Nacional) tornou pública sua indignação e repúdio sobre a parceria por meio de um posicionamento enviado à imprensa no dia 01º de junho.
Os empresários, que representam investimentos de bilhões de dólares no recém renovado parque hoteleiro da capital, registraram que a hotelaria não rejeita formas de locação por temporada ou via plataforma de hospedagem, desde que isso seja feito com igualdade tributária. A equidade deve incluir pagamento do ISS, de cotas comerciais de IPTU e demais encargos que incidem sobre os negócios legais de hospedagem, além de gerar empregos formais, e seguir as dezenas de normas regulatórias da operação hoteleira. Outro aspecto importante são as vistorias dos órgãos públicos, que garantem maior segurança, evitando até mesmo ocorrências como prostituição, abuso sexual contra menores e tráfico de drogas, situações que são facilitadas nas acomodações alternativas.
“O que esperamos dos gestores públicos é que imponham às plataformas, como Airbnb, os mesmos parâmetros legais exigidos aos hotéis. Outra alternativa é a Prefeitura agir como facilitadora para a conversão dos hotéis em residenciais com serviços, oferecendo uma alternativa aos empresários que estão vendo seus negócios amargarem prejuízos, com uma ocupação baixíssima desde o início da pandemia. Pelo menos oito empreendimentos hoteleiros enceraram operações desde março de 2020 e o setor registrou, neste primeiro ano pandêmico, perdas que ultrapassam R$ 1 bilhão e 600 milhões”, ressaltou o presidente Alfredo Lopes.
Convidado especial da reunião, o vice-presidente da agência de promoção e atração de investimentos da prefeitura da cidade do Rio de Janeiro – Invest Rio, Julio Cesar Azevedo, estrutura vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, apresentou a nova forma de atuação do órgão. “Analisamos como o Rio se mostrava para o mundo e identificamos a necessidade de mudar a narrativa, apresentando-a como uma cidade de negócios”, explicou o executivo. Os principais objetivos para o desenvolvimento econômico da nova gestão são: atração de novos investidores no Brasil e no exterior; priorizar investimentos em áreas degradadas e infraestrutura; transformar o Centro em região mista; apoio às empresas, principalmente às do Simples, através do Crédito Carioca, lançado durante a Covid, e que deve ser ampliado visando a recuperação econômica.
A reunião também contou com a participação dos advogados Ricardo Almeida e Charles Moreira, que discutiram as minutas das convenções coletivas para os sindicatos laborais Sigabam e Sindhoteleiro com empresários e gerentes de RH da hotelaria. O advogado Paulo Henrique Bergqvist, também presente, explicou o assunto da Declaração Anual de Dados Cadastrais (DeCad), que tem prazo até 30 de junho, para o autocadastramento dos imóveis, tendo em vista as dificuldades encontradas pelos associados no acesso à plataforma para cadastramento e cumprimento do decreto.