A grande maioria das pessoas nem percebeu, mas o cometa Leonard está visível no céu do Rio nos últimos dias. A olho nu, é quase impossível ver, mas com binóculos, lunetas ou uma boa lente fotográfica, o cometa e sua cauda aparecem. Nesta terça-feira (21), um fotógrafo carioca se preparou para tentar clicar o Leonard e o Cristo Redentor na mesma foto – e conseguiu.
Ao g1, Marcello Cavalcanti disse que fez os cálculos de horário e ângulos, e que percebeu que, do Mirante Dona Marta, em Botafogo, por volta das 20h, conseguiria enquadrar o monumento e o cometa.
“O ideal é sair da cidade para poder fotografar ou ver a olho nu, mas em lugares muito escuros, tipo Região Serrana, Região dos Lagos. Mas, com um equipamento profissional e sabendo localizar o cometa no céu, você consegue fotografar mesmo em lugares iluminados com o Rio de Janeiro (…) Hoje eu me planejei para vir aqui ao Mirante Dona Marta para tentar fotografar ele passando próximo ao Cristo. É um planejamento muito difícil, muito detalhado”, explicou o fotógrafo.
O cometa
O astro, batizado por alguns meios como “cometa de Natal”, foi descoberto em janeiro deste ano, quando estava entre Marte e Júpiter, e cientistas da Nasa traçaram a órbita que ele está seguindo em direção ao Sol.
Leonard pode ser visto a olho nu em países da América Latina, de acordo com as condições meteorológicas.
Batizado de C/2021 A1, o cometa descoberto por Gregory J. Leonard (daí seu nome) foi inicialmente visto “como uma mancha tênue” no início de 2021, quando passou pela órbita de Marte.
As observações e análises subsequentes mostraram aos cientistas que se tratava de um cometa com um longo período de órbita, de cerca de 80 mil anos — portanto, seu aparecimento próximo à Terra é um espetáculo excepcional.
Em 12 de dezembro, Leonard ficou em seu ponto mais próximo da trajetória da Terra, a quase 35 milhões de quilômetros de distância. Devido à posição, a melhor visão foi no hemisfério norte.
Na segunda quinzena de dezembro, ele inverteu sua posição de norte para sul, segundo a Nasa. No Brasil e em outros países da América do Sul, a previsão é que ele seja visto perto da linha oeste do horizonte.
Depois de atingir seu periélio, o ponto mais próximo do Sol em sua órbita, Leonard retornará às profundezas do espaço em uma jornada de milhares de anos.