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Concessão para revitalizar Jardim de Alah é formalizada; área reformada será entregue à população em 2025

O secretário Jorge Arraes; Gustavo Guerrante presidente da CcPar; o empresário Alexandre Accioly; o arquiteto Miguel Pinto Guimarães; e o prefeito Eduardo Paes
O secretário Jorge Arraes; Gustavo Guerrante presidente da CcPar; o empresário Alexandre Accioly; o arquiteto Miguel Pinto Guimarães; e o prefeito Eduardo Paes — Foto: Luiz Ernesto Magalhães / Agência O Globo

O prefeito Eduardo Paes assinou, nesta quarta-feira, o contrato de concessão para que o Consórcio Rio + Verde revitalize o Jardim de Alah, na Zona Sul do Rio. Além de intervenções no paisagismo, a concessionária vai fazer a manutenção do espaço. Em troca, poderá explorar economicamente o espaço, com atividades como bares e restaurantes.

— Ali entre Ipanema e Leblon, você tem uma fratura. É um espaço público largado. A má conservação está óbvia ali. É uma mudança histórica para a cidade — destacou Paes.

‘Integração entre bairros’

 

A partir do momento em que for dada a ordem de início, o consórcio terá 60 dias para apresentar os projetos básicos para análise e aprovacão da prefeitura. Depois, terá outros 60 dias para entregar os projetos executivos. Iphan, Inepac e o Instituto Rio Patrimônio da Humanidade terão que ser consultados. A previsão do consórcio é que essa etapa dure cerca de 60 dias.

— Agora vem a fase do licenciamento. A importância do projeto é que o Jardim de Alah, em lugar de uma barreira, sirva de integração entre os bairros de Ipanema e Leblon — explicou o secretário de Integração Governamental, Jorge Arraes.— Agora vem a fase do licenciamento. A importância do projeto é que o Jardim de Alah, em lugar de uma barreira, sirva de integração entre os bairros de Ipanema e Leblon — explicou o secretário de Integração Governamental, Jorge Arraes.

A expectativa é que todo o plano de revitalização do Jardim de Alah seja executado e entregue para a população até o fim do primeiro semestre de 2025.

— Essa área está abandonada há 40 anos. Nosso projeto é uma acupuntura urbana. Os únicos ocupantes hoje do parque são os cachorros. Ao implantarmos um equipamento como esse terá um efeito imediato de requalificação de todo o entorno. E o projeto tem um fator importante de integração social com a Cruzada São Sebastião — explicou o arquiteto Miguel Pinto Guimarães.

Gestão a partir de janeiro

 

O Consórcio Rio + Verde deve assumir a gestão do Jardim de Alah a partir de janeiro, mesmo antes da execução das obras. A previsão é do secretário Jorge Arraes e do arquiteto Miguel Pinto Guimarães, com base em prazos estabelecidos pela concessão. Com isso, passam a ser feitos pelo grupo todos os serviços de conservação, como limpeza, manutenção, iluminação pública e segurança.

— Temos uma equipe que está dimensionando os efetivos — disse Miguel.

Retirada de grades

 

Os empresários pretendem retirar as grades que cercam o Jardim de Alah para integrar melhor o espaço aos bairros de Ipanema e Leblon. Mas isso só ocorrerá quando todas as intervenções forem concluídas em 2025.

— As grades terão duas funções. Vão servir de apoio aos tapumes e preservar o elemento surpresa de como ficará o espaço — acrescentou Miguel.

O investimento total será de R$ 110 milhões, além de outros R$ 20 milhões por ano em manutenção. Além disso, o consórcio pagou R$ 18 milhões pela outorga da concessão do espaço, com serviços tais como um mercadinho, além de restaurantes e bares. Eles serão posicionados

— Mas será um manifesto da não arquitetura, pois as construções estão ocultas na paisagem. O Jardim de Alah continuará aberto à população com a manutenção dos espaços verdes — acrescentou Miguel Pinto Guimarães.

Diagrama de como ficará, com paisagismo, o novo Jardim de Alah — Foto: Divulgação
Diagrama de como ficará, com paisagismo, o novo Jardim de Alah — Foto: Divulgação

Sugestões de moradores

 

O secretário lembrou que a proposta da concessão incorporou sugestões de moradores em audiência pública realizada antes da concorrência. Entre as modificações, estão a inclusão da construção de uma creche para atender principalmente a moradores da Cruzada São Sebastião.

— É um casamento do setor público com a iniciativa privada. Serão 95 mil metros quadrados de área verde. Vamos dialogar com todo mundo: prefeitura, moradores. Será um time grande tratando da gestão do Jardim de Alah. O espaço vai integrar os bairros da cidade. Aposto que temos o apoio de 99% da população, dentro de uma visão democrática — disse o empresário Alexandre Accioly, presidente do Consórcio Rio + Verde.

Solução para a cidade

 

Paes acrescentou que, há décadas, busca-se uma solução para a cidade.

— Essa é uma luta de 40 anos. No governo do ex-prefeito Cesar Maia (2001-2004) fui secretário de Meio Ambiente. Tentei tirar as grades para buscar a integração e melhorar a área e fui impedido pela Justiça. Precisamos enfrentar o conservadorismo e recuperar um local abandonado — disse o prefeito.

Ele acrescentou:

— Ser contra esse projeto, colocando faixas de protesto é de um egoísmo burro, que não me mobiliza. No passado, demolimos a Perimetral, e o porto foi revitalizado. A Prainha tem aquele movimento todo hoje, inclusive de quem era contra derrubar a Perimetral. Além disso, a gente tem um hábito terrível de responsabilizar a prefeitura por tudo. É um escândalo gastar R$ 1,5 bilhão por ano na Comlurb para limpar nossa lambança.

Paes disse que, nas áreas que não interessam ao setor privado, o município arca com investimentos em áreas públicas:

— O Rio corrige as fraturas da cidade. O parque mais bonito do Rio será o de Realengo, com show de luzes todo dia. Em Piedade, desapropriamos a Gama Filho para fazer uma nova área de lazer — exemplificou o prefeito.

Créditos: Extra

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